quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Versos medrosos


O medo é o predomínio da descrença... 
A porta de entrada do desconhecido. 
O medo é o deslumbrar do escuro,
 Do que não foi, do que poderia ter sido. 

O medo é um não constante 
A nosso conforto e a nossas vontades. 
O medo é um dom-inante 
Dos cíclicos sofredores. 

 O medo é um botão de flor 
Que ainda não conheceu a tempestade. 
O medo é inimigo do amor... 
Ou será que lhe tem amizade? 

O medo é um acorde falho na melodia, 
Que circula pálida por entre os corações. 
O medo é a noite em pleno dia. 
Também é o silêncio em nossas canções. 

  O medo é um pássaro que não viu o céu 
E não sentiu o vento.
 O medo é detentor do riso -
 É um aprisionamento. 

O medo é o plural de um singular:
É composto por milhares faces em uma só. 
O medo é um bicho decomposto 
Que de tanto temer se tornou pó. 

O medo é purpurina no ar 
Que cai e se espalha pelo chão. 
O medo está escondido em toda parte.... 
O medo consigo é solidão. 

 O medo não sei o que quer, 
Talvez seja algo tentando se libertar. 
O medo são lágrimas de mulher 
Que nos olhos do amor tentam secar. 

  O medo não é nenhum mistério... 
Diferente do amor é um dependente. 
O medo está guardado no interior
E escapa pelos olhos de quem o sente. 

O medo é a fuga da fé, 
É o precipitar no tempo. 
O medo é dor desnecessária 
 Que só desencoraja o sentimento. 

O medo é enxergar tudo em nada, e vice versa. 
O medo é uma farsa.

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