O
vazio permeia o ar que respiro,
Vazio,
vadio, vida de espuma...
Desfaz-se
nas plumas de antigos amores,
Faz-se
de desgosto no meio de agosto,
E inibe
o perfume das minhas flores.
O
vazio tece o fio do destino ingrato,
Fio
que ofusca o brilho dos olhos
Do
meu amor, que ainda não encontrei.
Corrói
os sonhos que um dia sonhei.
Meio
a este vazio, só sinto frio.
Eu
clamo ao sol para me aquecer,
Mas
sou mesmo sombra, não sei esquecer.
Eu
vivo nas sombras do que nunca perdoei,
E
carrego a cruz em que me crucifiquei.
Eu
choro sozinha, meu pranto de estrelas,
Não
sei viver sem dilemas.
Não
sei viver sem amar.
Não
sei viver carregando os dias.
Eu
choro porque um dia já chorei de alegria;
Eu
choro porque gosto do sabor salgado
Das
lágrimas de vazios, pingos calados
Que
me silenciam, e lavam sereno
Meu
coração pequeno de tanto doer.
No
vazio o pranto é prazer.
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