Lá
fora, do céu, cai tudo.
Cai
água, cai pedra, cai quase o céu todo.
Isso
todos veem. O que ninguém enxerga, contudo,
É
que em mim cai um céu também.
Lá
fora o céu desespera-se.
Troveja,
atormenta, rebela-se.
Que
fizeram de ti céu nebuloso,
Para
cair assim, sem pudor sobre o mundo?
Em
mim, sei de minhas razões.
Lá
fora o céu se aquieta,
Para
depois esbravejar novamente.
E
esse vai e vem vem em meu peito:
Vem,
e não vai.
Em
mim o céu cai... E cai e cai e nunca chega.
Lá
fora o céu está limpo...
Claro,
brilhante.
Mas
por que em mim o céu é isso,
Essa
tempestade toda errante?
Bem
sei, e ainda bem, que meu nunca dura instantes,
E
essa queda vai dar nada, nada significante.
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