sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Tempestade




Lá fora, do céu, cai tudo.
Cai água, cai pedra, cai quase o céu todo.
Isso todos veem. O que ninguém enxerga, contudo,
É que em mim cai um céu também.

Lá fora o céu desespera-se.
Troveja, atormenta, rebela-se.
Que fizeram de ti céu nebuloso,
 Para cair assim, sem pudor sobre o mundo?
Em mim, sei de minhas razões.

Lá fora o céu se aquieta,
Para depois esbravejar novamente.
E esse vai e vem vem em meu peito:
Vem, e não vai.
Em mim o céu cai... E cai e cai e nunca chega.

Lá fora o céu está limpo...
Claro, brilhante.
Mas por que em mim o céu é isso,
Essa tempestade toda errante?
Bem sei, e ainda bem, que meu nunca dura instantes,
E essa queda vai dar nada, nada significante.

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