sábado, 7 de novembro de 2015

Reconhecimento




Fiz de mim escritora, ou ser escritora fez a mim?
Eu sei, foi o amor,
Que fiz em mim, e que me fez crer
Que a felicidade não é utopia.

O amor fez de mim escritora,
E escrever fez de mim poesia.
Transbordando assim não sei se estou
Mais cheia ou vazia. Nem sei onde estou.

Ando por aí perdida por inteira...
Só me encontro escrevendo,
E gosto tanto desses encontros
Que me é trágica a partida.

De onde surgem tais versos,
Senão do meu mais profundo?
Nem sei se são mesmo meus.
O que é de fato meu nesse mundo?

Se algum dia parar de escrever,
É porque deixei de existir.
Não digo nem mesmo morrer,
Mas sim de mim mesma fugir.

Fiz de mim o melhor, ou fiz de mim o que quis?
Eu sei, foram as escolhas,
Que fiz para mim, e que me trouxeram aqui
Para esta poesia.

Minhas escolhas me fizeram isto aqui
Que ainda não descobri
Para que de fato serve.
Só sei que em mim a vida ferve

E de tudo o que fiz, não me arrependo,
Porque meu pranto segue escorrendo,
E meu coração continua batendo,
Mesmo depois que morri.

E morri tantas vezes!
De amor, de angústia, de dor...
E todas as vezes renasci,
Após em poesia me transpor.

A chuva continua caindo,
Dentro de mim, sem mesmo entender.
E esse sofrer e amar que vêm me vindo,
Só resta para mim sentir. E escrever.

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