Esse
gosto amargo que engulo em seco,
Do
que eu era antes do fim...
Dessa
mágoa eu sucumbo, não aguento,
E
repousa eterno esse amor em mim.
Da
boca o sabor foi à boca do estômago,
E
esse âmago de angústia me incha a alma.
O
tempo passa, não passa aqui, circunda a calma
Que
envolve o peito – meu peito em estrago.
Um
trago a mais e essa fumaça fugaz
Me
liberta, me infiltra o mar morto
No
coração inerte, que já não pulsa, e voraz
Repulsa
o porto do acolhimento absorto em paz.
Meus
olhos ardem, cheios de sal, e sal, e esse sol
Não
aquece as cinzas do que restou.
Pedaço
de carne e ossos ambulante, uma isca no anzol
Do
mundo, amante de infortúnios por trás do véu!...
Eu
quero ir com a aurora, ir embora de mim!
Minha
vida arde enquanto toda vida repousa calada
Em
meu estômago, sem digestão... Ou será no coração?
Só
sei da alvorada, da luz que me cega nesse apagão...
Esse
céu estrelado, ali dorme o manto da minha solidão.
Ou
não.
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