Desenhei-me frente ao espelho,
O reflexo dos nãos, sorrisos, devaneios,
lágrimas em vão...
Retratei-me por inteiro, e só enxerguei
rabiscos,
E dentro de mim a calmaria dos chuviscos
Verteu-se a desespero, desesperança,
desolação...
Falhei em ser no mundo, não sei se lá no fundo
Não seja todo abismo, um coração
profundo...
No intrínseco das linhas, talvez no fim da
linha,
Talvez no fim das contas, eu não esteja
pronta
Para navegar em águas tão límpidas.
Poderia o escuro me pertencer, ou eu a ele?
Poderia o nada não ser, e ser no infinito?
Ah... Eu já não compreendo o que nunca
compreendi.
O fogo continua ardendo, e eu me
contorcendo
Enquanto procuro saber, se rabiscos hei de
ser
Ou se entre riscos mora o riso do nascer,
Ou se entre riscos mora o medo de morrer...
Daria eu de tudo para saber!
Previa meu futuro em meu próprio ser,
Seria assim maduro, meu pranto envelhecer?
Talvez nas noites frias eu traga a mim um
fósforo,
E queime estes rabiscos, que de nada tem
sentido.
Se não fosse o sentimento, fugiria com o
vento,
Mas fico mais um pouco, e sinto o risco oco
no meio do pensamento.
Sufoco.
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