Pela parte que se
aparta e se parte
Em mil pedaços, mais
que destruição,
Pela parte que me
resta, continuo, mesmo vão.
Nesse vão que restou
em meu peito
Extinguiu-se o
respeito a respeito do amor.
Ele já não mais
tolero, e sendo sincero,
Que arrume um jeito
de se ir, junto à dor.
Dor doída, cerra a
vida, corroí o sentir...
E eu hei de me ir,
vou sumir, sucumbir
Minhas cachoeiras no
olhar – e a secura por partir.
Partiu-se em mim o
pesar, e a apesar
De sentir o riso
gélido da figura empírica,
Meu seio cálido
abriga o branco da oprimida:
Da tristeza que vale
mais que o céu de toda uma vida.
Esse suor que escorre
de mim, não é suor,
É chorar, que me
atinge o mais delirante dos sonhos sem fim.
Às vezes eu tenho mesmo
é pena de mim.
Por mais que diga o
contrário, nada que escrevo é mesmo meu,
Às vezes o riso etéreo
encobre-me do mundo o breu,
E ligo o modo
automático, me acho em frenesi,
Nesse escrever sem
pausas, as causas de estar aqui.
Inspiração, talvez.
Talvez sim, talvez não.
Mas o olhar brilhante
segue amante da solidão,
E a seguir ao longe,
mais adiante a desolação.
Consolo, existe, pois
bem que talvez.
Talvez, já que muito
insiste, trouxe-lhe o partir
Trouxe-lhe também, a
promessa de que em mim
Mora minha vida, como
em ti a tua.
Então não tenha medo
de fechar os olhos e dormir,
Porque mesmo o céu
sem lua, a ele não temas subir.
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