Minha
alma dança as trovas,
Em
meio às trovoadas,
Que
cintilantes se tornam brisa
Aos
olhos da multidão.
Alma
doce, é o que fora,
E
perdeu-se, nessa água salobra:
Doce
pelo antigo amor, que escorre,
Salgada
pelo pranto em que se afoga.
Se
pudesse ser anjo, voaria,
Mas
não mais anjo há de ser.
Alma
clara que fica escura não volta a ser clara,
Por
mais incessante que escorra o amor... E chora.
Amor.
Besta atormentada e ignorante.
Não
mede o bem nem o mal que faz.
Apenas
nos afaga, e depois estrangula.
E alma
de luz vira essa coisa toda dura.
Antes
jamais experimentasse o amor.
Ah!
Que tolice! Amor é involuntário.
Se
ao menos pudesse controlá-lo.
Não
posso. E minha alma agora é isso, que não sei.
Minha
alma atira pedras em seu reflexo,
Insulta
a si mesma, entretanto é terna.
Ama,
ainda assim, e crê no seu jardim...
Só
colhe o que plantou.
Acalentada
pelo perfume das flores de alecrim,
Segue
serena, ainda que se perca
Por
onde perdi a mim.
Alma
é mesmo a certeza de que não há sequer um fim.
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