Então
aquelas gotas sobre o vidro:
Chuva
de nostalgia...
E as
lembranças correndo com o tempo –
O
vento soprando todo dia.
Então
a natureza lhe sorria:
O
som da cigarra, canção no silêncio...
E a
memória toda escorrendo...
Lavando
tudo que lhe doía.
Então
os raios iluminavam...
Os
olhos fechados por fim já não viam,
E
não viam nada além da escuridão,
Pois
navegava discreto meio ao próprio coração.
Então
finalmente, sem final e sem mente,
Apenas
com o coração, reaprendeu a amar,
E
regou todas as sementes,
Que
mesmo erroneamente, insistia em guardar.
Então
o sol se pôs no horizonte,
E as
estrelas, vejam só, reapareceram...
E
todas aquelas implodidas, supernovas se converteram,
Super
novas sobre o mais profundo dos buracos negros...
Então
naquela beleza, de tudo o que sucedeu
À
morte em seu próprio eu,
Nela
ela mergulhou, e enfim entendeu:
O
que vem da escuridão, não é de todo breu.
Então
agradeceu a seu coração, e disse adeus:
Adeus
à saudade, ao sofrimento e à dor...
E
dentro daquela energia, que a toda ela envolvia,
Lá
dentro, ela sabia: acordara para o amor.