Quando foi criada a
poesia
Veio junto a ela a
dor...
Pois por si só a
melancolia
Desfalece em seu
labor...
Neste dia, santo dia,
Cada flor que
entristecia
Era só o papel na
tinta
Que pela superfície morria...
Sorrateira espetada,
espoetada
poetisa... Ela toda
falecia
Em forma de palavras,
Em forma de tristeza,
disfarçada de alegria...
Ah! Que mentira é a
poesia!
Que mentira mal
contada
Que não tem nada a
dizer...
O que se esconde
atrás dela, nem a mim cabe saber...
Pintura doentia de
aquarelas amargas,
Arquitetura que
desmorona do amor...
Retalhos gastos aos
frangalhos,
Meu martírio de dar
torpor...
Essas tantas tontas
vivas,
Que escorrem na
quietude do olhar,
Por elas nasci em
plenitude:
Por elas aceitei me amar(rar).
Vento vibrante de
inverno:
Um verdadeiro inferno
de viver...
Porque ela em tudo te
prontifica
E escraviza-te a
escrever...
Vida e morte,
contradição...
Hipérbole de mim
mesma...
Ela é tudo que em mim
resta,
E isso é tudo enfim e
então.
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