Não saudemos as nuvens e as estrelas,
Essas poesias escritas no céu!...
E as cicatrizes que carregamos
Das lutas que se viveu...
Saudemos a saudade dos sonhos,
O pesar dos aflitos, os detritos
Dos corações partidos!...
Saudemos os esquecidos, ou esqueçamos...
Saudemos o medo e suas sombras!...
As sobras daquilo que nunca se foi!...
E saudemos a esperança e a espera,
Que pouco a pouco nos corrói!...
Saudemos o inverno e o inferno,
Os infortúnios da vida e os pesares,
Saudemos as guerras e as armas,
Que nos engoliram por toda parte!...
Saudemos a insanidade e a ignorância,
A vaidade e a podridão
Dentro do nosso próprio coração...
Saudemos a intolerância!!
Saudemos a mentira e a verdade...
Você escolhe, a que causar mais dor...
Mas saudemos aquela que nos mata
E nos arranca toda liberdade!...
Saudemos a prisão e a solidão,
Saudemos o pão nosso de cada dia,
Que nós temos, e eles não,
(Mas isso pouco importa a preocupação).
Saudemos as promessas não cumpridas,
As palavras jamais ditas,
E o rancor, assim como o ódio!
Saudemos aquele que sobe no pódio!...
Saudemos os tornados e as enchentes,
Saudemos a esmola aos carentes,
Saudemos a glória de Jesus nos bolsos
Dos crentes, saudemos, saudemos, minha gente!
Saudemos as doenças e os doentes,
Saudemos a mídia e sua imagem,
Saudemos a SUA imagem!...
Mas não, não saudemos seu caráter...
Saudemos as cadeias lotadas,
As crianças estupradas... E a poluição!
Saudemos as coxinhas, os coxinhas,
E os bundões, e as bundonas!...
Saudemos a putaria, saudemos as traições!
Saudemos as crianças que carregam crianças,
E as cabeças que carregam a esperança
De um dia sair da miséria!...
Saudemos as deficiências, do corpo e da alma!
Saudemos as drogas lícitas e ilícitas
E os drogados da porra jogados na calçada!
Ah! E saudemos os que se calam, porque não sabem o que dizer...
Saudemos a destruição mútua dos seres,
A destruição do planeta,
A exaltação do sistema,
Que afinal, só faz progredir!...
Mas condenemos a ação,
Porque saudar vale mais do que agir!
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