quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Para tanto





Do parto fez-se o pranto –
Do parto e da partida...
Fez-se o susto, e fez-se o espanto –
O esplendor da nova vida!...

Do parto fez-se a luz –
Desde o parto ao fim da vida...
Fez-se os sentidos e os sentimentos,
Os infinitos e os momentos!...

Tanto pranto foi derramado,
E tanta luz foi refletida!
Tanto amor se foi amado,
E tanto amor foi despedida!...

Mas sem pranto, não respiras...
Tu que nunca hás chorado,
Também nunca hás nascido...
Porque o pranto é a luz da vida!...

Tudo, pois, que hás plantado,
Irrigado foi com lágrimas
Porque de pranto em pranto,
Tu em essência se renovas!...

Então não temas o temporal intrínseco,
Pois não és seco – és inundado...
E tudo que lhe foi mal plantado,
Com pranto cura-se a ferida!...

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