Eu não sei lidar com
coisas mornas,
Coisa pouca, que eu
mal consigo (escre)ver.
Isso que me desperta
sentimento,
Aperta no peito
quando passa o momento,
E depois...
??
Espaço vago, mas não
vago, que eu não sei.
Não sei se trago, se
apago, ou se vago
Mesmo sem rumo.
Não sei se sumo, ou
se pago pra ver.
E depois...
??
Não sei se deixo
quieto, ou se deixo
(Des)perto o deserto
de emoções.
É isto mesmo: é um
deserto.
É algo que gosto e
desgosto – imensidão, mas silêncio.
E depois...
??
O momento não cabe no
infinito,
E olha que isso é
devaneio de poeta sério.
Se até Drummond
concluiu que o que fito
Não passa de um vão
mistério, por que ainda insisto?
E depois...
??
Depois, tudo que é
morno, esfria.
Tudo que é meio termo
fica tão totalmente ermo,
Que nada que o
preenche sacia.
Depois a alma fica
vazia, e o coração enfermo.
E depois...
??
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