quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Não o( )b(a)stante






O ser humano é um troço esquisito:
Reclama do tempo, mas dele se vê revestido...
E conforme o tempo passa, vive um dia a mais para um dia a menos.
E quanto mais tempo é, menos tempo tem.

Não sabe se tem abulia, ou se se permite encharcar-se desse
Entusiasmo louco, misto ao vislumbrar agônico do fim da linha.
Está encurralado, entretanto não percebe a vã estafa
Que lhe vem sorrateira, de mansinho, sugar-lhe a vida!

No limiar da morte, renasce o tempo, ou este morre?
Continua, talvez? A vida continua quando o outro se vai...
Mas ao outro que se vai, resta apenas a sepultura?
Então esse, meus queridos, esse sim é o fim dos tempos!

Ah... Eu não entendo o tempo! Nunca entendi, e não tenho, pois, vontade!
Somos todos tão pequenos que somos feitos de segundos.
Não o( )b(a)stante, a poesia, esta é atemporalidade!
Cabe em tudo, sem gravidade e sem atrito...

Porque o segundo já passado é a poesia do infinito................................................

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